Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís Canotilho | Luís
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Fotografia de Luís Canotilho e Neto Jacob Uma aposta na fotografia artística de qualidade O trabalho apresentado tem como finalidade principal divulgar a máscara, dando assim continuidade aos objectivos traçados através da MASCARARTE “bienal da máscara”. Trata-se de um objecto promotor e divulgador, neste caso, uma colecção de 16 postais, comercializados de forma acessível, para público vasto, que procura ou descobre informação de qualidade sobre as Festas de Inverno no Nordeste. A presente edição é bilingue e pretende assim assumir um papel de divulgação internacional destas festas. Os autores do presente trabalho, conscientes da importância do postal como forma divulgadora de tradições, estabeleceram como preocupação fundamental a escolha das imagens mais representativas. Surge assim um trabalho inovador que pretende ultrapassar o mero retrato. O pormenor da composição pretende inserir “os máscaras” no seu ambiente próprio e em plena acção. Não sobre um fundo onde não é reconhecido o local, a paisagem, as personagens principais e secundárias, o momento do ano, o clima, as cores e as sombras do Inverno do Nordeste Transmontano.
Festas de Inverno no Nordeste O Outono e o Inverno marcam um dos tradicionais eixos organizadores da estruturação do tempo e do calendário festivo nordestino, com dominância reiterada das relações com o mundo dos mortos, cuja presença será constante até ao início do ciclo Primavera/Verão. Assim, as oferendas aos mortos, certos manjares cerimoniais, a crítica social e a irreverência que os mascarados manifestam parece terem estado ligadas a um culto dos antepassados que se pretendia pacífico e garante de uma relação cooperativa. O Ciclo dos Doze Dias é, por excelência, o período das Festas dos Rapazes – também Festa da Mocidade, do Natal, dos Caretos ou dos Reis – que se organizam ainda um pouco por todo o Nordeste, mas com incidência preferencial no Planalto Mirandês e Terra Fria. Tradicionalmente estas Festas dos Rapazes têm sido apontadas como constituindo rituais de passagem dos jovens à idade adulta, geralmente organizados através de mordomias de juízes ou meirinhos, em que os jovens solteiros se mascaram, assumindo, de forma acentuada, uma vertente liminar, transgressora e de crítica social. Os escritos sobre a matéria retratam os mascarados como incarnando o mal, o diabo, a morte e o vício pagão, gozando de total impunidade comportamental durante este curto período. A mesma leitura se aplica às manifestações do período do Carnaval/Entrudo, em que os caretos de Podence são espectáculo mediúnico bem afirmado. Hoje, todas estas representações festivas perderam grande parte das suas características de rituais de passagem para os jovens e reforçaram a sua vertente de espectáculo para fruição do visitante. Em Mogadouro e Miranda, de fatos e máscaras comunitárias, há ainda manifestações preferenciais em Vale de Porco, Bruçó, Tó, Bemposta, Vila Chã da Braciosa, Constantim e S. Pedro da Silva, entre outras. Na zona de Bragança, de fatos e máscaras individuais, sobressaem Grijó, Parada, Varge, Aveleda, Rio de Onor, Deilão e Babe. No concelho de Mirandela refira-se o complexo festivo da Torre de D. Chama; em Vinhais dominam os máscaras de Ousilhão e Vila Boa, já de afirmação nacional e, no de Macedo de Cavaleiros, os Caretos de Podence, aqui já no Ciclo do Entrudo.
Winter Festivities in Northern Portugal Autumn and Winter represent one of the most traditional ways of organizing the time structure and the northern festive calendar, with particular dominance of the relation with the world of the dead, whose presence will be a constant until the beginnings of the next Spring/Summer cycle. So, the gifts to the dead, some ceremonial delicatessen, social criticism and the irreverence that the masqued show, seem to be related to a cult of the ancestors which was supposed to be peaceful and the guarantee of a cooperative relation. The Cycle of the Twelve Days is, per se, the period of the Festas dos Rapazes (Boys Festivities) – also, Youth Festivities, Christmas, Caretos or Reis – which are organized almost everywhere in Northern Portugal, but with special incidence in the Planalto Mirandês (Miranda do Douro region) and the Terra Fria. Traditionally, these Boys Festivities are seen by the local people as rites of passage from boyhood to adulthood, usually organised by elderly men, known as juizes or meirinhos, and during these festivities young single boys mask themselves, assuming the role of social critics and seen as transgressors. The writings on the subject show the masqued as being an incarnation of evil, the devil, death and pagan vice, having complete immunity during this short period of time. They have the same rights during Carnival / Entrudo, where the Caretos of Podence are probably the best spiritual show. Nowadays, all these festive representations have lost the majority of their characteristics of rites of passage and have reinforced their role as performers in a show, where the main goal is to entertain the visitors and tourists. In Mogadouro and Miranda, wearing community masks and garments, there are manifestations in Vale de Porco, Bruçó, Tó, Bemposta, Vila Chã da Braciosa, Constantim, São Pedro da Silva, among many others. In Bragança, wearing individual masks and garments, stand Grijó, Parada, Varge, Rio de Onor, Deilão and Babe. In Mirandela, the Festivities of Torre de D. Chama and in Vinhais the Masks of Ousilhão and Vila Boa with national recognition and, in Macedo de Cavaleiros, the Caretos of Podence, in the Carnival / Entrudo cycle. |
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Luís Manuel Leitão Canotilho | Professor Coordenador - Instituto Politécnico de Bragança | Portugal
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