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A
circulação na cidade de Bragança
Situações irregulares |
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Artigo de opinião
Publicado em 14/10/1997
(Original em PDF)
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É minha intenção trazer a público, nesta
oportunidade, algumas das situações que julgo merecerem reflexão, dada a
sua forma irregular de funcionamento, que procuro ilustrar com exemplos
objectivos e sintomáticos de uma extrema falta de princípios claros na
resolução das questões da circulação. Tais situações levam-me mesmo a
criticar o amadorismo com que são encarados estes problemas. É que, hoje
em dia, não faz mais sentido ficarmos agarrados a soluções convencionais
para os problemas, dada a sua crescente complexidade que dia-a-dia se
vem revelando em virtude, nomeadamente, do aumento da taxa de
motorização havendo, portanto, que se tomar uma postura mais incisiva se
quisermos verdadeiramente contribuir para a resolução dos problemas de
sinistralidade, de circulação ou urbanísticos. Também será de ter em
conta que, para se exigir aos cidadãos, automobilistas ou peões, que
actuem civicamente e respeitem as disposições legais, se deveria
conferir maior credibilidade aos meios reguladores com soluções
coerentes e racionais, evitando-se as múltiplas situações de
contra-senso e ambiguidade existentes. Julgo que estes comentários e
sugestões, se implementadas, poderão contribuir para a melhoria
substancial das condições de circulação nesta cidade, implicando mesmo
intervenções de fácil execução e viabilidade económica assegurada.
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1 - Na av. João da Cruz é evidente a actual conflitualidade do tráfego, em
grande parte devida à incorrecta gestão dos cruzamentos, e que já tive a
oportunidade de abordar em anteriores artigos onde apresentei solução
definitiva. Apresento agora uma solução transitória para a zona entre os
Correios e o Tribunal que julgo poder melhorar, no imediato, as condições
actuais.
Deveria, assim, ser implantada sinalização de código que impusesse as
prioridades conforme indico na planta (perdas de prioridade à circulação nas
faixas junto ao Tribunal e Caixa G. D.), eliminando-se os riscos permanentes de
autobloqueamento.
Este princípio poderia ainda ser adoptado nos restantes
cruzamentos da avenida, com as necessárias adaptações. É que,
nas actuais condições, não faz sentido que se mantenha o
conceito de via prioritária da av. João da Cruz.
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2 - As soluções de semaforização que foram
aparecendo nos últimos anos não foram, em geral, objecto de estudo
adequado que colocasse em questão as precedentes geometria e forma de
funcionamento dos cruzamentos o que levou a soluções de certa forma
postiças, sem a devida optimização. Para a generalidade dos casos teria
comentários a fazer. Limito-me, no entanto, a referir o caso, no
entroncamento da av. Sá Carneiro com a travessa da Sé Nova.
Nada justifica a existência, aqui, de uma passadeira de peões, fora do
local adequado que seria onde se colocou a segunda coluna, mais chegado
ao entroncamento. Ficou, assim, uma solução mais complexa com a
consequente duplicação de colunas de semáforos.
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3 - É do conhecimento geral a conflitualidade da circulação ao longo da
Av. Sá Carneiro, até porque se trata de uma artéria com uma certa
intensidade de tráfego.
Para o cruzamento em frente aos Serviços Sociais do I.P.B. tem a Câmara
uma solução que julgo pouco resolve. Como solução imediata deveria ser
posta a rotunda a funcionar como tal, com prioridade a quem a contorna,
o que implica a perda de prioridade nas entradas, inclusivamente nas
faixas da av. Sá Carneiro. Com esta forma de funcionamento ter-se-ia a
possibilidade de fazer moderar a velocidade de circulação nesta avenida
o que traria vantagens óbvias, nomeadamente em termos de segurança, pois
deveremos reconhecer que todo o trecho desde este local até ao centro
deveria ser particularmente dotado de medidas que contribuam para essa
segurança.
Dentro deste princípio deveria ser reformulado este trecho da avenida,
com base nas intervenções seguintes: Correcção geométrica do cruzamento
em frente às "Tintas CIN" beseado no substancial alargamento do
separador central nessa zona, em curva, pemitindo maior segurança nas
manobras de mudança de direcção; Remarcação das vias de circulação entre
o viaduto do Loreto e o entroncamento com a travessa da Sé Nova,
limitando-as a duas vias, uma em cada sentido, resultando ainda na
possibilidade de aumento do número de lugares de estacionamento
(estacionamento em espinha em ambos os lados).
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4 - É, naturalmente, do senso-comum que este antigo viaduto do
caminho-de-ferro vem representando um obstáculo, ou estrangulamento, à
circulação automóvel.
Parece-me, contudo, que tal não é verdade pois apenas se fica com essa
percepção em virtude da actual definição do arruamento que se encontra
com as bandas laterais interrompidas pelo mesmo. Ora, julgo que este
elemento não traz qualquer constrangimento à capacidade da artéria,
sendo suficientes as duas vias centrais, podendo até ser encarado
positivamente como meio dissuasor dos excessos de velocidade. A
prová-lo, está a ausência de acidentes que decorressem da sua
interposição com a faixa de rodagem. É que funciona como que uma porta
de entrada na cidade, de visibilidade atempada, indiciando a necessidade
de maiores cuidados. O que se mostra necessário, no entanto, é a
eliminação da ambiguidade presente na definição das vias, por meio da
execução de passeios laterais, demarcando-se claramente a faixa de
rodagem, com uma via em cada sentido, eventualmente conjugada com a
demarcação de uma passadeira para peões. É, com efeito, óbvia a
perigosidade da situação actual para quem se desloca a pé dada a
inexistência de passeios.
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5 - Alguns casos indiciam uma particular falta de planeamento
urbanístico.
Este poste de alta tensão, na Zona Industrial, não deveria obviamente
estar "no meio" do arruamento. Se se pensava "desviá-lo", é claro que se
iria deparar com uma operação com custos elevados, razão porque,
presumo, para não ter ainda sido feito. Não vejo inconveniente nenhum
que, como solução de recurso, se obrigue o arruamento a fazer uma
inflexão local de contornamento do poste, associada à sua conveniente
protecção.
Assim, conforme se encontra, é que não é solução dado, principalmente, o
risco de colisão a que se encontra exposto, que eventualmente provoque o
seu derrube, com as consequências inerentes.
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6 - A ambiguidade na definição natural dos percursos principais também é
uma constante nesta cidade.
Esta zona de transição da R. Emídio Navarro para a Av. do Sabor, situada
em frente ao Paço Episcopal, apresenta uma grande irregularidade
geométrica, quer ao nível da razante que deveria sofrer correcção, assim
como em planta se verificam indefinições na delimitação da faixa de
rodagem. Também é notória uma desagradável descontinuidade no acabamento
do pavimento o que realça a ambiguidade do percurso. Haverá, assim, que
corrigir o alinhamento do muro de separação entre ruas para, facilmente,
se proceder às correcções referidas.
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7 - São inúmeras as situações de deficiente sinalização de informação e
trânsito e ainda a incorrecta localização de passadeiras de peões, ou a
ausência destas, pelo que me limito a focar aqui um caso sintomático,
até pelo ridículo da situação.
É a passadeira em frente ao Patronato. Não sendo de discutir a
oportunidade da colocação da barreira de protecção para as crianças é,
no entanto, óbvio o contra-senso da posição em que se encontra definida
a passadeira.
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